Quase dois anos após o começo da pandemia, bares e restaurantes ainda enfrentam dificuldades para operar no mercado. A Abrasel fez um levantamento com mais de 1200 respostas em todo o país, no Amazonas cerca de 80 estabelecimentos participaram desta pesquisa, entre os dias 25/03 e 04/04.
A pesquisa registra que metade das empresas da alimentação fora do lar tiveram resultado melhor em fevereiro de 2022 do que no mesmo período de 2021, mas um número expressivo, 35%, tem atraso no recolhimento do Simples Nacional, podendo perder o enquadramento se não conseguir efetuar o parcelamento dos débitos.
Mesmo com número ainda alto realizando prejuízo, quase metade (46%) diz ter obtido resultado melhor em fevereiro de 2022 em comparação a fevereiro de 2021. (26%) trabalharam com prejuízo em fevereiro. O índice é melhor que a média nacional (38%). Outros (26%) afirmam ter lucro e (36%) apontam estabilidade. O número também é melhor do que janeiro, quando (37%) disseram estar fazendo prejuízo.
Para Rodrigo Zamperlini, “A boa notícia é que metade das empresas teve aumento do faturamento em fevereiro de 2022, quando comparado com o mesmo período de 2021, o que pode sinalizar uma tendência de melhora ao longo do ano. O delivery é praticado por 3 em cada 4 empresas, demonstrando a força dessa modalidade na composição das vendas dos estabelecimentos da alimentação fora do lar. Por outro lado, registraram prejuízo 1 em cada 4 empresas em fevereiro de 2022 e 35% do total dos entrevistados disseram ter parcelas em atraso do simples nacional, o que pode acarretar a perda deste enquadramento tributário diferenciado”, afirma o presidente da Abrasel no Amazonas.
O quadro faz com que 35% das empresas que estão no simples nacional estejam com parcelas atrasadas. Uma parte pretende aderir ao Relp, programa de refinanciamento. Elas têm até o dia 29 de abril para resolver pendências e viabilizar sua adesão ao programa para renegociar os débitos, estejam elas ou não inscritas na dívida ativa. A pesquisa mostra que 18% dizem não ter como aderir ao Relp até esse prazo.
Delivery
O levantamento da Abrasel também mediu a questão do delivery. Quase quatro em cada cinco (76%) estabelecimentos consultados fazem entregas de refeições – 14% disseram não fazer e 10% informaram ter começado a operar o serviço, mas desistiram. Entre os que fazem, mais de um terço (39%) passou a fazê-lo após o começo da pandemia e 79% operam o delivery por meio de uma plataforma de entregas, como os aplicativos, combinada ou não a canais próprios, como site, telefone e WhatsApp. Entre estes, há um domínio absoluto do iFood: 75% disseram ter entregas feitas por esta plataforma.
A pesquisa também mediu o efeito do encerramento das operações da Uber Eats do mercado nacional de delivery de refeições. Antes disso, 30% das empresas disseram ter realizado entregas pela plataforma. Após a saída, para 75% dos respondentes, o iFood foi o principal beneficiado com aumento de vendas, que antes eram realizadas pelo Uber Eats.