O assassinato do sargento do exército Lucas Guimarães, de 29 anos, completou três anos no último dia 1° de setembro. A denúncia dos envolvidos na morte foi envidada à justiça pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) no dia 11 de agosto de 2022.
Lucas foi morto dentro de sua cafeteira, na Zona Sul de Manaus. De acordo com a polícia, a morte foi encomendada pelo marido da ex-amante de Lucas.
Processo aguardando designação da audiência
Em entrevista a Agência Jamaxi, o advogado da família, Arthur Cordeiro, explicou que a demora do processo para a designação de audiência ocorreu devido a morosidade por parte da defesa de Joabson Gomes e de Romário Vinente Bentes.
“A demora no andamento do processo foi causada pela defesa que postergaram a apresentação da resposta escrita, as acusações, que é a primeira peça defensiva da ação penal, alegando questões preliminares de acesso a conteúdo de prova, de mídias, essas coisas. Mas agora finalmente apresentaram e o processo está concluso para ser designado à audiência”, explicou.
A data da instrução de julgamento pode ocorrerá ainda este ano, mas a data certa ainda não foi informado pela Justiça.
“A instrução vai depender de pauta na vara do Tribunal do Júri. Estamos esperançosos que ainda ocorra esse ano. Pela demora da tramitação, eu acredito que ainda ocorre esse ano”, disse o advogado da família, Arthur Cordeiro.
Dona Livânia Guimarães, mãe de Lucas falou da longa espera pela instrução e julgamento do caso.
“Sei de que alguns casos no período da morte e até depois do meu filho já foram julgados, mas eu acredito que a justiça, sim, fará o seu papel. Esse caso será julgado”, comentou.
A família de Lucas tem acompanhando de perto o andamento do processo, junto ao Ministério Público, os assistentes, e ao advogado.
Ela relata que a espera do julgamento gera uma ” angústia grande”, mas tem fé de que o julgamento irá acontecer.
“A justiça é para todos, para ricos e pobres. E eu acredito que ela será feita. A gente confia, tem esperança em Deus e precisa acreditar na Justiça da terra que ela acontecerá e cumprirá o seu papel, que esse julgamento vai acontecer”, explanou a mãe de Lucas.
Não é mais ré
Jordana, que estava sendo investigada pela morte do sargento do Exército Lucas Guimarães, não é mais ré no processo. O Tribunal de Justiça do Amazonas rejeitou no início de 2024, a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Amazonas contra ela.
Dona Livânia falou sobre a dor ao saber que Jordana não é mais ré no processo que julgará os envolvidos na morte do Lucas Guimarães.
“Quando tivemos essa notícia, isso foi uma dor muito grande, porém, a gente não pode desistir, nem desanimar, quando se tem uma dor dessa, a gente tem a determinação de lutar até o fim por justiça. Ela foi considerada como uma pessoa que não teve uma participação ativa ou direta, mas a Jordana tem uma consciência, e ela sabe muito bem o que ela fez”, disse Livânia.
Segundo Arthur Cordeiro, o Ministério Público ingressou com um recurso para que Jordana permanece ré, mas o recurso não foi aceito e ela permanece fora do processo.
Família clama por justiça
No próximo dia 7, quando deveria celebrar o aniversário de seu filho, Livânia Guimarães, mãe do sargento do Exército Lucas Guimarães, se vê diante de uma data marcada pela dor e pela saudade.
Segundo Livânia, o crime foi cuidadosamente planejado com requintes de crueldade.
“Crime bárbaro, injusto, perverso, um crime planejado cuidadosamente com requinte de perversidade”, desabafou Livânia, relembrando os detalhes do assassinato.
Ela acredita que o ato foi cometido com o intuito de causar sofrimento profundo, não apenas ao seu filho, mas a toda a família.
“Ao invés de celebrar a vida, eu vou celebrar a morte dele, porque até nisso eles pensaram em causar grande dor e sofrimento para nós”, lamentou.
Livânia ainda questiona as motivações por trás do crime, sugerindo que houve não apenas ódio e perversidade, mas também “muita maldade”.
Ela ressalta que o assassinato foi “planejado com requinte, requinte de crueldade, de maldade, para atingir toda a nossa família, atingir aos filhos dele”.
Apesar da dor e da revolta, Livânia afirma que continua acompanhando o caso em busca de justiça.
“Deus é justo e está vendo tudo isso. Então, a gente continua na luta por justiça, cada passo do processo a gente vem acompanhando”, concluiu.
Relembre o caso Lucas Guimarães
Lucas Ramon Guimarães, de 29 anos, foi assassinado com tiros na cabeça na noite do dia 1º de setembro de 2021.
O crime aconteceu em uma cafeteria localizada na Avenida Ayrão, próximo à Boulevard Álvaro Maia, no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus.
A vítima era 3º sargento do Exército Brasileiro e estava na cafeteria, da qual era proprietário, quando Silas entrou no estabelecimento se passando por cliente, perguntou por Lucas e, em seguida, sacou uma arma e disparou contra a vítima.