Manaus (AM) – Em 2022, o estado do Amazonas registrou 8.359 pessoas vivendo em domicílios coletivos, uma categoria que abrange instituições e estabelecimentos onde a convivência entre os residentes é regida por normas administrativas.
É o que revela os dados do último Censo, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estes domicílios representam pouco mais de 13% da população da região Norte do Brasil e estão diretamente relacionados com diversos tipos de instituições, desde penitenciárias até hotéis e abrigos.
Tipos de domicílios coletivos
Os domicílios coletivos são classificados em várias categorias, cada uma com características específicas. No Amazonas, as principais categorias identificadas foram:
Penitenciárias e Centros de Detenção:
- Número de moradores: 2.961
- Descrição: Esses estabelecimentos abrigam pessoas em situação de privação de liberdade, sendo a maior categoria de domicílios coletivos no estado. Em 2022, representavam uma parte significativa dos domicílios coletivos, refletindo a alta taxa de encarceramento.
Hotéis e pensões:
- Número de moradores: 2.956
- Descrição: Estes estabelecimentos fornecem acomodações temporárias para visitantes e trabalhadores, e têm um impacto relevante na estadia de pessoas que não têm uma residência fixa no estado.
Abrigos, casas de passagem e repúblicas assistenciais:
- Número de moradores: 1.217
- Descrição: Incluem instituições voltadas para a assistência de grupos vulneráveis, como crianças em situação de risco, idosos, e pessoas em situação de rua.
Perfil demográfico dos moradores
Entre os moradores de domicílios coletivos no Amazonas, a faixa etária predominante é a de 30 a 39 anos, seguida de perto por pessoas de 25 a 29 anos.
Observa-se essa tendência em penitenciárias e em outras instituições coletivas.
Em geral, o perfil demográfico desses residentes reflete uma predominância de adultos jovens, o que pode estar relacionado a vários fatores sociais e econômicos.
Alfabetização e educação
A taxa de alfabetização entre os moradores de domicílios coletivos no Amazonas é relativamente alta.
Além disso, mais de 87% das pessoas com 15 anos ou mais superam a média nacional de 84,25% em alfabetização.
Mesmo com as condições desafiadoras enfrentadas pelos residentes, há um nível significativo de educação básica alcançado.
Impactos e desafios
O elevado número de moradores em domicílios coletivos, especialmente em penitenciárias, levanta questões sobre o sistema de justiça e a reintegração social.
Além disso, a presença significativa de residentes em hotéis e pensões reflete a dinâmica econômica e o fluxo de pessoas no estado, o que pode ter implicações para políticas de turismo e habitação.
A alta taxa de alfabetização entre os moradores de domicílios coletivos é um ponto positivo, mas não deve obscurecer os desafios enfrentados por esses indivíduos, como o acesso limitado a serviços e a estabilidade residencial.