Tag: empreendedorismo sustentável

  • Biocosméticos criados por mulheres para mulheres da Região Norte ganham cada vez mais espaço no Amazonas

    Biocosméticos criados por mulheres para mulheres da Região Norte ganham cada vez mais espaço no Amazonas

    Manaus (AM) – Biocosméticos feitos com produtos amazônicos e criados por mulheres para mulheres, que respeitam a diversidade dos tipos de pele e cabelo, sempre com texturas leves e absorção rápida é o foco da Brava Amazônia, startup amazonense criada em 2023 pela engenheira química, Kevelyn Sbravati.

    Esfoliante Labial (Lip Scrub), óleo de limpeza facial (cleansing oil) e Batom hidratante (balm) são alguns biocosméticos que unem qualidade e sustentabilidade, com produtos amazônicos como cupuaçu, seiva de dragão, buriti, açaí, murumuru e castanha-da-amazônia.

    A ideia de criar produtos de beleza natural que não agridam a pele começou em 2020, com a idealização de um batom feito de beterraba. Três anos depois, a Brava Amazônia começou a criar os produtos ao receber apoio do Sebrae e da Fundação de Amparo à pesquisa do Amazonas (Fapeam), através do Programa Inova Amazônia-Módulo Tração.

    O mercado de cosméticos sustentáveis tem crescido na Região Norte. Atualmente, são 77 empresas registradas na fabricação de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal. No Amazonas, são 18 empresas, uma em Itacoatiara e 17 em Manaus.

    No início da sua vida de empreendedora, a regulamentação dos cosméticos foi o principal desafio enfrentado na sua jornada empresarial. “É um processo burocrático, técnico e muitas vezes demorado”, explicou Kevelyn.

    Apesar das dificuldades para Kevelyn, o protagonismo feminino no empreendedorismo amazônico é fundamental para o meio ambiente.

    Produtos amazônicos

    Ao criar soluções sustentáveis e valorizar ingredientes amazônicos, a Brava Amazônia contribuí para a preservação da floresta e o fortalecimento das comunidades que vivem nela, com um olhar humano, afetivo e de longo prazo.

    “Compartilhar nossa história de construção com verdade, mostramos que é possível empreender com propósito mesmo em meio a tantos desafios. Cada passo dado, inspira outras mulheres a também acreditarem em seus projetos e ideias”, observou Kevelyn.

    Kevelyn destaca que há dois ingredientes amazônicos favoritos em suas criações: a manteiga de cupuaçu, que é extremamente nutritiva e hidratante, e o óleo de castanha-da-amazônia, rico em ácidos graxos que fortalecem a barreira da pele.

    “Toda escolha, desde os ingredientes até as embalagens, é pautada em princípios éticos e sustentáveis. A biodiversidade amazônica oferece ativos preciosos para a saúde da pele”, enfatiza.

    O Lip Balm Natural Brava Amazônia reúne ativos poderosos da floresta para hidratar, regenerar e proteger os lábios. Foto: Brava Amazônia
    O Lip Balm Natural Brava Amazônia reúne ativos poderosos da floresta para hidratar, regenerar e proteger os lábios. Foto: Brava Amazônia

    A empresa busca fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis, e isso é feito por meio de uma fábrica terceirizada, que compartilha da visão da Brava e cuida do processo de seleção das matérias-primas com responsabilidade ambiental e social.

    Devido à limitação dos fornecedores no Brasil, nem todos os insumos ainda possuem certificação de biodegradabilidade. No entanto, a Brava Amazônia prioriza aqueles que já são certificados e compatíveis com fórmulas limpas, além de continuar a evoluir nesse processo.

    A Brava Amazônia acredita que beleza é a expressão da natureza que existe em nós. São fórmulas que respeitam a pele, os ciclos, o clima, e valorizam a potência única da mulher amazônica e brasileira em sua pluralidade. Os produtos de beleza são criados, especialmente, para as necessidades do clima quente e úmido do Norte.

    “Nossos produtos não escondem, não disfarçam — eles realçam. Pensamos em texturas leves, absorção rápida e ingredientes que funcionam bem para essa realidade, respeitando a diversidade da mulher”, declara.

    A empreendedora reforça que a Brava Amazônia nasceu para atender pessoas que não querem apenas cosméticos, querem conexão, verdade e cuidado.

    “Cada fórmula é um convite ao autocuidado consciente, com respeito ao corpo, à floresta e à vida”, comentou.

    Os produtos já estão a venda no site: https://bravaamazonia.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/

    100% natural, vegano e eficaz, o Cleansing Oil usa Óleo de Açaí e Castanha-da-Amazônia. Foto: Brava Amazônia
    O Lip Oil Brava Amazônia traz um poderoso blend de óleos 100% amazônicos: Buriti, Açaí, Castanha-da-Amazônia e Óleo Resina de Sangue de Dragão. Foto: Brava Amazônia
    Lip Scrub da Brava Amazônia combina óleo e pó vegetal de Açaí para uma esfoliação suave e eficaz. Foto: Brava Amazônia

    Força do empreendedorismo feminino

    Ao longo da jornada como empreendedora, Kevelyn conheceu mulheres incríveis que compartilharam ideias, experiências e acolhimento.

    “Existe uma rede de apoio genuína que fortalece ainda mais o ecossistema local”, explanou.

    Meirelene Marinho da Costa, gestora do Projeto Sebrae Delas, destaca a importância do empreendedorismo feminino no Amazonas.

    “Mulheres compreendem melhor as necessidades, desejos e vivências de outras mulheres. Isso gera produtos e serviços mais assertivos, personalizados e inclusivos, desde cosméticos para diferentes tons de pele até soluções em saúde, moda, segurança e educação.”

    Ela destaca que o empreendedorismo oferece independência financeira e autonomia, reduzindo desigualdades de gênero e gerando um impacto positivo em suas famílias e comunidades.

    Apesar do potencial, as mulheres empreendedoras na Amazônia enfrentam desafios significativos. A sobrecarga de tarefas domésticas e de cuidado, a falta de infraestrutura em comunidades ribeirinhas e rurais (como internet e logística), a violência de gênero e a desvalorização de suas ideias, especialmente em setores dominados por homens, são barreiras que persistem.

    “A falta de rede de apoio, como creches, é um entrave significativo”, finaliza Meirelene Marinho da Costa. 

    Dados do empreendedorismo feminino no Amazonas

    * Esta matéria jornalística é protegida pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais no Brasil. A reprodução total ou parcial deste conteúdo, por qualquer meio, sem a devida autorização expressa do autor, é proibida e pode resultar em sanções civis e criminais. Todos os direitos reservados.

  • Empreendedores inovam com insumos da Amazônia e oferecem soluções biotecnológicas sustentáveis para agricultura na região

    Empreendedores inovam com insumos da Amazônia e oferecem soluções biotecnológicas sustentáveis para agricultura na região

    Manaus (AM) – Na Região Norte, especificamente no estado do Amazonas, empreendedores têm inovado no segmento de alimentos e mostrado como a ciência e a tecnologia pode ser uma forte aliada para soluções biotecnológicas sustentáveis para a agricultura na Amazônia. Desenvolvido pelas startups Pastifício Baré e Biofábricas Ananas, as empresas apoiadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) têm produzido macarrões veganos com sabores amazônicos e desenvolvido mudas de bananas micropropagadas, que são plantas clonadas em laboratório, usando a técnica de cultura de tecidos vegetais, respectivamente.

    Em Manaus, a Pastifício Baré, sob o comando do empreendedor Júlio Sá, tem trazido um novo conceito para gastronomia amazonense, com massas de macarrão, utilizando insumos da Amazônia, a partir de frutos como açaí e tucumã. Para ele pensar nas massas amazônicas não foi tão difícil. A inspiração veio naturalmente pela Amazônia ser um território de encantos, beleza e potência.

     

    Segundo Júlio, mais do que oferecer massa, a startup buscou posicionar a marca dentro de uma agenda consciente, onde comer bem também significa cuidar do corpo, valorizar o território e proteger a floresta de forma ética, sustentável e inovadora, valorizando a cadeia local, os produtores da região e os sabores que fazem da Amazônia um lugar único no mundo.

    Macarrão amazônico de açaí e de tucumã já estão disponíveis no mercado

    “Os dados de saúde pública nos chamaram à responsabilidade: três cidades da região Norte lideram o ranking nacional de sobrepeso e obesidade, segundo o Ministério da Saúde. Isso não podia passar despercebido. Foi aí que decidimos contribuir com uma nova proposta de alimentação mais leve, consciente e conectada com a floresta”, acrescentou.

    As massas produzidas em talharim, em formato de fita ou tira, são veganas, sem glúten e lactose, além de possuírem zero gordura trans, e o melhor sem abrir mão da experiência sensorial única que a Amazônia pode oferecer.

    “Nosso foco inicial é consolidar a presença na região Norte, fortalecendo parcerias locais e ampliando o acesso a alimentos mais saudáveis, inclusivos e com identidade amazônica. Acreditamos que antes de conquistar o Brasil, precisamos honrar e servir bem nosso território de origem”, frisou Júlio.

    A Pastifício Baré atua no modelo B2B (Business to Business), com foco em parcerias estratégicas com pontos de venda que valorizam a alimentação saudável, o impacto positivo e a bioeconomia amazônica. Atualmente, os macarrões amazônicos estão presentes em redes e estabelecimentos selecionados, distribuídos em mais de 15 lojas, em Manaus, e também em expansão, com negociações em andamento, em Roraima (RR), Pará (PA) e Acre (AC), Rio de Janeiro e São Paulo.

    Soluções biotecnológicas sustentáveis 

    Com o objetivo de oferecer soluções biotecnológicas sustentáveis para a agricultura na Amazônia, a Biofábricas Ananas nasceu, em 2021, motivada a enfrentar o desafio da baixa qualidade genética das mudas tradicionais e a escassez de fontes confiáveis para o plantio da banana, especialmente entre pequenos produtores. A empresa viu na biotecnologia uma ferramenta estratégica para promover produtividade, sanidade vegetal e segurança alimentar, valorizando espécies adaptadas à realidade amazônica.

    Comandada pela doutora em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, Simone da Silva, a startup trabalha com a micropropagação de mudas, em laboratório, garantindo alto padrão fitossanitário. A produção envolve etapas como seleção de matrizes, multiplicação in vitro, aclimatização em viveiros e entrega das mudas prontas para o plantio.

    A atuação tem sido feita tanto com venda direta ao produtor rural, quanto com fornecimento para viveiristas, que realizam a aclimatização final das mudas em suas estruturas. Dessa forma, atendem diferentes perfis de clientes e ampliam o alcance das soluções no mercado agrícola regional.

    Simone explica que a banana é uma das culturas mais importantes da região, tanto para alimentação quanto para geração de renda. No entanto, muitos plantios enfrentam doenças graves como o mal-do-panamá e a sigatoka-negra.

    “O uso da micropropagação permite produzir mudas livres de patógenos, com alta uniformidade genética e vigor. Optamos por essa cultura devido à alta demanda por plantas saudáveis e adaptadas, o que contribui para reduzir o uso de defensivos e aumentar a produtividade de forma sustentável”, explicou.

    A startup trabalha com a micropropagação de mudas, em laboratório, garantindo alto padrão fitossanitário. Foto: Divulgação

    A comercialização ocorre, principalmente, sob encomenda, o que permite rastreabilidade e planejamento conjunto com o produtor. A logística de entrega é adaptada conforme a demanda e localização.

    Sobre as perspectivas para o futuro da startup, a empreendedora afirma que a empresa está focada em ampliar a capacidade produtiva e diversificar o portfólio de espécies estratégicas da Amazônia.

    Micropropagação permite produzir mudas livres de patógenos, com alta uniformidade genética e vigor. Foto: Divulgação
    Micropropagação permite produzir mudas livres de patógenos, com alta uniformidade genética e vigor. Foto: Divulgação
    Biofábricas Ananas é incubada no Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide). Foto: Divulgação
    Biofábricas Ananas é incubada no Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide). Foto: Divulgação

    Apoio para impulsionar negócios

    Para o empreendedor Júlio da Pastifício Baré é um orgulho poder contar com a parceria de instituições que acreditam no potencial transformador da bioeconomia amazônica.

    “Somos parceiros do Sebrae, por meio do programa Sebraetec, que nos apoia em projetos de inovação e melhoria contínua. Também tivemos a honra de participar do Empretec, uma imersão que foi um divisor de águas na nossa consciência empreendedora e financeira. Ali, amadurecemos nossa visão de negócio e reafirmamos nosso propósito” comentou.

    A startup também recebeu fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Inova Amazônia-Módulo, parceria firmada com o Sebrae.

    “Hoje, somos uma startup mais madura, estratégica e determinada. Carregamos com orgulho o compromisso de mostrar ao Brasil e ao mundo que o Norte existe e ele é lindo”, enalteceu.

    A Biofábricas Ananas, incubada no Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide), recebe apoio do Sebrae-AM em ações de formação empreendedora, modelagem de negócios e acesso ao mercado. Além disso, conta com o apoio da Fapeam, por meio de editais como o Tecnova III, Inova Amazônia-Módulo Tração, e também com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), via Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio).

    “Essas iniciativas têm sido fundamentais para fortalecer nossa atuação no ecossistema de inovação da Amazônia e ampliar o impacto do nosso trabalho” comentou Simone.

    Manaus x Bioeconomia

    Segundo dados do Sebrae Amazonas, a cidade de Manaus e municípios próximos têm mostrado crescimento e potencial no estado em negócios voltados para temática da biodiversidade da Amazônia e bioeconomia, como produtos naturais, cosméticos e medicamentos.

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    * Esta matéria jornalística é protegida pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais no Brasil. A reprodução total ou parcial deste conteúdo, por qualquer meio, sem a devida autorização expressa do autor, é proibida e pode resultar em sanções civis e criminais. Todos os direitos reservados.

  • Empreendedorismo sustentável: startups transformam resíduos florestais e orgânicos em produtos inovadores no interior do Amazonas

    Empreendedorismo sustentável: startups transformam resíduos florestais e orgânicos em produtos inovadores no interior do Amazonas

    Itacoatiara (AM) – Transformar os resíduos orgânicos e florestais, antes ignorados ou descartados, em produtos de valor no mercado, e que contribuem para manter a floresta em pé, são os propósitos do ecossistema de inovação das startups Manoa Bio e Coroa Bio. Criadas no município de Itacoatiara (distante a 176 km de Manaus), o terceiro maior polo de pequenos negócios no Amazonas, segundo dados do Sebrae, com 5.920 empreendimentos ativos, ficando atrás de Manaus e Parintins, as empresas se destacam por serem modelos inovadores de negócio voltado para bioeconomia e por unirem os conceitos de sustentabilidade, inovação e criatividade.

    As startups transformam os resíduos em soluções inovadoras como é exemplo da Manoa Bio, que possui uma linha exclusiva de objetos utilitários e decorativos. Com design único e traços amazônicos, a empresa utiliza pedaços de madeira, resíduos do manejo florestal comunitário e sobras das serrarias locais, na produção de peças funcionais e com rastreabilidade como: petisqueira, descanso de xícara e tábuas de churrasco, gerando renda local e valorizando saberes comunitários.

    Elias relata que a empresa trabalha na inteligência da cadeia, no respeito ao tempo da floresta e na capacitação das comunidades locais dando valor ao que seria descartado.

    “Queremos promover esse reaproveitamento como algo que vai fortalecer não só o meio ambiente, mas também as comunidades com madeira de manejo florestal comunitário. O que fazemos aqui é mostrar que a floresta pode ser competitiva com o campo. Se o produto da floresta é bem aproveitado, bem desenhado e bem posicionado, ele não precisa destruir nada para gerar renda”, disse Elias.

    Resíduos de madeira que são utilizados para a produção de objetos da startup Manoa em Itacoatiara. Foto; Elis Lourenço.
    Resíduos de madeira que são utilizados para a produção de objetos da startup Manoa em Itacoatiara. Foto: Elis Lourenço.

    Criada em setembro de 2024, foi aceita no mesmo ano na incubadora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a INUEA, que apoia startups com infraestrutura compartilhada, mentoria, na organização de ideias, alinhamento de propósitos, além de cooperar para o lançamento dos produtos iniciais. Ao longo do primeiro ano, a startup testou seus Most Valuable Player (MVPs) produtos mínimos viáveis em dois canais: vendas diretas (Business to Consumer B2C) e vendas para empresas (business to business B2B).

    “Estar na incubadora dá mais tranquilidade para poder organizar as ideias, pensar em estratégias e poder focar, de fato, num produto e num serviço que a gente está vendendo”, explicou Elias Lourenço.

    https://youtube.com/shorts/MU7lizRwUzw

    A Manoa Bio conseguiu feedbacks positivos, encomendas vindas de fora do estado e uma parceria estratégica com uma a empresa do setor madeireiro, Mil Madeiras Preciosas que é uma filial do grupo suíço Precious Woods em Itacoatiara. Atualmente, cinco pessoas fazem parte da startup, são professores e alunas da UEA, e empreendedores locais.

    • Resíduos de madeira que são utilizados para a produção de objetos da startup Manoa em Itacoatiara. Foto: Elis Lourenço
    • Produtos da Startup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara. Foto: Elias Lourenço.
    • Produtos da Startup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara. Foto: Elias Lourenço.
    • Resíduos de madeira que são utilizados para a produção de objetos da startup Manoa em Itacoatiara. Foto; Elis Lourenço.
    • Produtos da Startup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara Foto Elias Lourenço (5)
    • Elias Lourenço e produtos da Startaup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara Foto Elias Lourenço
    • Produtos da Startup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara. Foto: Elias Lourenço
    • Resíduos de madeira que são utilizados para a produção de objetos da startup Manoa em Itacoatiara Foto: Elis Lourenço.
    • Produtos da Startup Manoa feitos de resíduos de madeira em Itacoatiara Foto Elias Lourenço (2)
     

    De olho na COP30

    Com o crescimento da bioeconomia e do desenvolvimento do empreendedorismo sustentável, a Manoa tem planos de participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

    “Queremos aproveitar essa visibilidade do Norte para poder participar e revelar a startup como uma solução importante para o nosso estado, especialmente dentro desse contexto da renovação, ou da atualização da matriz econômica”, finalizou.

    Insumo orgânico utilizado pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt
    Insumo orgânico utilizado pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt

    Coroa: insumos orgânicos e reflorestamento

    O desenvolvimento de insumos orgânicos que facilitam e reduzem o custo do reflorestamento é o objetivo da startup Coroa Bio, também incubada na UEA. A ideia surgiu em 2018 durante observações do efeito da matéria orgânica sobre o crescimento de mudas em campo e tomou forma após um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma aluna da UEA. Ganhou força em 2023, quando recebeu um aporte de R$ 60 mil pela SinapseBio, um programa desenhado para catalisar a inovação em prol da preservação da Amazônia.

    A Coroa Bio desenvolveu um protótipo de cobertor orgânico da Amazônia, atualmente em fase de testes de campo. Os resíduos que alimentam a produção viriam, de outro modo, parar em lixões ou aterros.

    O insumo orgânico criado pela Coroa Bio aproveita resíduos que, de outra forma, seriam descartados em aterros ou lixões, prolongando a vida útil dessas áreas. Além disso, promovem o plantio de árvore ao vender um insumo que facilita e reduz os custos de reflorestamento.

    “Nosso foco é usar resíduos orgânicos que seriam descartados para produzir um insumo que protege o solo e estimula o crescimento de árvores nativas”, comentou Victor Hardt.

    • Manta orgânica criada pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt.
    • Manta orgânica criada pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt.
    • Manta orgânica criada pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt
    • Manta orgânica da Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Startup Coroa
    • Resíduos de podas de árvore sutilizada para manta orgânica. Foto: Victor Hardt
    • Manta orgânica criada pela Startup Coroa em Itacoatiara. Foto: Victor Hardt
    • Adubo orgânico produzido pela Startup Coroa. Foto: Startup Coroa
     

    Primeira incubadora do interior do Estado

    Jady Ferreira, gerente do Sebrae de Itacoatiara, destacou que o município está crescendo em relação ao empreendedorismo, e com a parceira da incubadora da UEA tem amplificado os eventos de inovação e empreendedorismo.

    “Hoje nós temos mais de 2 mil Micro Empreendedores Individuais (MEI) formalizados, e temos essa parceria com a UEA no evento de inovação e empreendedorismo trabalhando dentro do município várias estratégias para apoiar na regularização, capacitação, consultorias para melhorar o layout, fachada desses empreendedores no município”, destacou Jady Ferreira.

    Segundo Jady, empresários chegam em busca de conhecimento e orientação para montar ou melhorar seus empreendimentos. Na semana passada, foi realizado uma imersão de vendas com mais de 70 empresários, que participaram de aulas sobre como vender mais e melhor e como se posicionar no mercado. Para o Sebrae, é muito importante, apoiar a geração de receita e renda no município.

    “As pessoas empreendendo mais se tornam mais independentes, deixando de receber auxílios para ter seu próprio negócio, empreender, crescer e melhorar a sua vida e a vida da sua família”, finalizou.

    A professora Deolinda Ferreira da UEA salientou que Itacoatiara teve a primeira Incubadora do interior do Estado, e que o munícipio conta atualmente duas incubadoras: da UEA e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

    A INUEA vem desenvolvendo várias ações para ampliar o empreendedorismo inovador no município. Inclusive uma das estratégias de sensibilizar a população é a realização do Inova Itacoatiara, nos dias 6 a 9 de junho. A Incubadora tem vários negócios voltados para bioeconomia.

    Além disso, a Incubadora conta com o apoio do Sebrae com oferta de cursos, mentorias, projetos de extensão nas escolas a partir do 9º ano, o que tem unido forças para ampliar os números de startups.

    “Hoje já estamos colhendo frutos desse trabalho com mais ideias na pré-incubação. Realmente tudo que está sendo feito trará muitas oportunidades aos itacoatiarenses para que consigam ter oportunidade de emprego, gerar renda e melhorar qualidade de vida”, disse.

    Números do empreendedorismo em Itacoatiara

    Números do empreendedorismo no Amazonas

     

     

    * Esta matéria jornalística é protegida pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais no Brasil. A reprodução total ou parcial deste conteúdo, por qualquer meio, sem a devida autorização expressa do autor, é proibida e pode resultar em sanções civis e criminais. Todos os direitos reservados.