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Cotidiano

Maratona Aquática ‘Rio Negro Challenge Experience’ reúne mais de 80 atletas em aldeia indígena sustentável

Maratona Aquática 'Rio Negro Challenge Experience' reúne mais de 80 atletas em aldeia indígena sustentável
Foto: Alcides Netto / Rio Negro Challenge e Fábio Simões/Manauscult

Manaus (AM) – Maior desafio de águas abertas da região Norte, unindo esporte, natureza, cultura e turismo. Esse é o “Rio Negro Challenge Experience”, que reuniu no domingo, 13/3, na comunidade dos Tatuyos, às margens do Rio Negro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, a 35 quilômetros da capital amazonense, mais de 80 competidores de diversos lugares do Brasil. Essa edição, realizada pela primeira vez em uma comunidade indígena, contou com o apoio da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).

O evento de maratona aquática também realizou uma imersão na cultura indígena da comunidade dos Tatuyos. Antes do início da competição, os atletas acompanharam o ritual de dança indígena chamado de “carrizo”, uma espécie de cerimônia de proteção, realizado pela Cacique Pinõ Tatuyos.

O diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, comenta que a fundação busca o fomento do turismo de eventos esportivos na cidade de Manaus. “A Diretoria de Turismo da Manauscult está trabalhando em eventos com foco no turismo esportivo, inclusive, no aniversário de Manaus iremos realizar uma maratona aquática e apoiar a Maratona Internacional de Manaus”, explicou Oliveira.

O atleta Yago Araújo, 14 anos, de Boa Vista (RR), da equipe Aquática Marinho, conquistou o primeiro lugar na categoria Geral Masculino, concluindo a prova com o tempo de 24m55s. O atleta conta que a competição é uma oportunidade de preparação para as travessias de cinco e dez quilômetros da terceira etapa do Campeonato Brasileiro, que será realizado no mês de abril, em São Bernardo do Campo (SP).

“Eu estou muito feliz com essa conquista, tentei em 2020, e fiquei em terceiro lugar no geral, e com uma grande distância dos meus adversários. Me dediquei ao máximo nos treinos em 2021, e esse ano conquistei o primeiro lugar, e vi praticamente os mesmos oponentes da última edição ficarem para trás. Não tenho palavras para agradecer, estou muito feliz”, disse Yago.

Caio Sakamoto, da equipe Brunno Suplementos, conquistou o segundo lugar com o tempo de 25m21s, e Felipe de Andrade, da equipe Aquática, com 28m39s, completaram o pódio.

A nadadora do Amazonas Kathleen Manoela, de 14 anos, da equipe Instituto Pedro Nícolas, cruzou a linha de chegada em terceiro na classificação geral, mas ficou em primeiro lugar na categoria Geral Feminino com o tempo de 28m15s. A nadadora é uma das promessas da natação no Estado e já conhecida nos desafios das competições do “Rio Negro Challenge”, tendo sido campeã da travessia Almirante Tamandaré em 2021.

“Senti uma sensação incrível, porque nessa maratona também temos a oportunidade de competirmos contra os homens, e eu consegui uma excelente colocação”, comemorou. Ana Mesquita, da equipe Esporte Clube Pinnheiros, conquistou o segundo lugar com o tempo de 32m17s, e Erika Avelino, da equipe Msteamcom, com 34m25s, completaram o pódio.

PCD 

O Rio Negro Experience inaugurou a categoria Pessoa com Deficiência (PCD) na competição. E o primeiro atleta desta categoria a cruzar a linha de chegada foi o competidor Ângelo Castro, de 20 anos, da equipe Aquática Manaus, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que subiu no pódio com o tempo de 33m07s.

A prova de 2km teve duração de aproximadamente 1h30, com todos os atletas atravessando a linha de chegada. Ao término da competição, todos os participantes receberam medalhas de participação.

Repercussão Mundial

A nadadora reconhecida mundialmente por ser detentora do recorde sul-americano feminino da travessia do canal da Mancha, Ana Mesquita, de São Paulo, participou da competição e comentou sobre a sensação de estar nadando nas águas abertas em pleno rio Negro.

“Eu gostei muito dessa união do esporte, natureza e cultura, vale muito a pena, com essas ações podemos divulgar a Amazônia, divulgamos nossa preservação e com isso despertar em outras pessoas o interesse em conhecer nossa floresta, acredito que essa prova vá se perpetuar, pois tem muito potencial através do apelo turístico e aproximar competidores nacionais e internacionais para a região” ressaltou Mesquita, que retorna para uma competição amazônica após 35 anos.

Indígenas

Também participaram da competição cinco atletas da aldeia indígena Tatuyos, que percorreram apenas uma volta no trajeto da competição. O ganhador foi o jovem Edson Tatuyos, completando a prova em 20m56s.

Após o evento, os atletas da competição tiveram uma experiência única, que incluiu um passeio turístico com visitação ao núcleo indígena, degustação da culinária local, passeio de barco que contemplou a interação com botos, pesca de pirarucu, e visita a um dos maiores espetáculos da natureza, o Encontro das Águas.

Confira a relação dos primeiros colocados:
Geral Masculino 

1° Renildo Yago gomes Araújo

2° Caio Sakamoto Sousa

3° Felipe Costa de Andrade

Geral Feminino

1° Kathleen Manoella Amaral da Silva

2° Ana do Amaral Mesquita

3° Erika Avelino

PCD

Angelo Chaves de Castro

Tatuyos

1°  Edson Tatuyos

2° Dicson Tatuyos

3° Geovane Tatuyos

4° Felipe Tatuyos

5° Edberto Tatuyos

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