A educação financeira e a fiscal ajudam no pensamento crítico das crianças. É com essa certeza que o professor de matemática da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), Francisco Barroso Martins, realizou, em 2023, o projeto ‘Prática Exitosa’ na Escola Estadual Senador Jeferson Carpinteiro Peres, no bairro Nova Cidade, Zona Norte de Manaus. A iniciativa, desenvolvida com alunos do ensino fundamental, levou na prática conceitos essenciais como porcentagem, impostos e cidadania fiscal, preparando eles para enfrentarem os desafios econômicos do cotidiano com mais autonomia e consciência social.
O primeiro passo para ensinar a teoria e a prática da educação fiscal para os alunos da 5ª série, que tinham entre 6 a 10 anos, foi o ensino de porcentagem. Em sua aula de matemática, o professor Francisco mostrou para as crianças que, através dos cálculos, é possível verificar descontos concedidos em compras, os valores de juros de prestações e contas, entender os dados estatísticos veiculados nos meios de comunicação, e até medir a gordura corporal. Após oito aulas, mais de 75% da turma já sabia ou compreendia a porcentagem.
O próximo passo do professor foi explicar de forma didática o que são os impostos, como é a contribuição, quem recolhe e qual a sua função.
“Em minhas aulas, eu explico que tudo que consumimos tem imposto, o que consumimos dentro de casa, da prestação de serviço, tudo gera imposto. E a função social do imposto é justamente trazer para o cidadão melhorias na saúde, na educação, na segurança. E, no decorrer das aulas, eu falo para os alunos a importância de pagar imposto e fiscalizar os gastos”, explicou Francisco Martins.
Para atrair o interesse dos alunos nas salas de aula e dos pais em reuniões, o professor aliou ensino e criatividade para superar as dificuldades, com jogos, simulações e atividades interativas dentro da sala de aula. Um dos materiais usados foi a ‘maletinha’ do projeto Banco + , que vem com dinheiro, moedas e cartões de brinquedo, para que os alunos pudessem aprender na prática porcentagem, juros e imposto.

Em prática
Na sala de aula, com produtos vazios e alimentos usados no dia a dia, os alunos criaram promoções em seus ‘mercadinhos’ e ‘lojas’, colocaram preços com descontos, ainda não calculados, para que o ‘consumidor’ colocasse em prática os cálculos de porcentagem.


Com caderninho na mão, os alunos realizavam o cálculo e descobriram quanto pagariam com o desconto. Mais da metade da turma estava realizando o cálculo corretamente, como tinha sido ensinado nas aulas anteriores.

O Banco + é um projeto que aborda conceitos de educação financeira por meio de materiais lúdicos, desafios práticos e atividades alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A proposta integra conteúdos como consumo consciente, economia doméstica e planejamento, de forma acessível e envolvente.

Os pais dos alunos também foram incluídos na educação fiscal. Durante as reuniões nas escolas, eles receberam banners, panfletos e folders cedidos pela Secretaria de Fazenda do Amazonas (Sefaz), que visa conscientizar sobre a importância social dos tributos na promoção do bem-estar coletivo.

A Sefaz também disponibiliza material didático como a Cartilha e o Flyer de Educação Fiscal elaborado pela Escola Superior de Administração Fazendária (ESAF).
No Amazonas, a Educação Fiscal está estabelecida através da Lei Nº 4.174, de 04 de maio de 2015, que institui o Programa Estadual de Cidadania Fiscal. Além disso, dia 30 de setembro é celebrado o Dia da Educação Fiscal no estado, a data foi instituída através da Lei nº 5.304, de 04 de novembro de 2020.
Educação Financeira no Amazonas
A Educação Financeira integra a proposta curricular da rede estadual de ensino do Amazonas, a qual realiza contínuas ações voltadas a este tema, dentre outras temáticas transversais.
O Amazonas também já tem ações voltadas para Educação Financeira, que integra a proposta curricular da rede estadual de ensino do Amazonas, a qual realiza contínuas ações voltadas a este tema, dentre outras temáticas transversais.
O projeto visou desenvolver habilidades relacionadas a finanças pessoais, vida, carreira profissional e empreendedorismo, por meio de um jogo de tabuleiro, gamificando as novas metodologias de ensino, tornando a aprendizagem mais leve, lúdica e significativa.
Para a Secretaria de Educação e Desporto Escolar do Amazonas, inserir a educação financeira nas escolas é, acima de tudo, reconhecer que essa é uma ferramenta essencial para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para lidar com os desafios do cotidiano.
“A educação financeira, nesse contexto, não é uma disciplina técnica isolada. Ela é parte de uma formação cidadã mais ampla, que ajuda a desenvolver autonomia, senso crítico e capacidade de fazer escolhas mais equilibradas, mesmo diante de limitações”, destacou a secretária de Educação, Arlete Ferreira Mendonça.
Educação via do Banco Central
O Banco Central também oferece diversas iniciativas de educação financeira gratuitas para o cidadão. Um dos programas é o Aprender Valor, que tem 569 escolas aderidas no Amazonas e desenvolve:
- Formações para professores e gestores;
- Disponibilização de projetos escolares para uso em sala de aula;
- Avaliações de Aprendizagem;
- Dados sobre o Programa Aprender no Amazonas.
Confira mais dados sobre os estudantes do Amazonas:

Escola Virtual
Todo cidadão que deseja aprender mais sobre a temática pode se cadastrar na plataforma da Escola Virtual de Governo (EV.G), que oferece diversos cursos, incluindo os cursos de formação do programa Aprender Valor.
Cursos ofertados via Aprender Valor:
- Educação financeira pessoal (disponível desde maio 2024);
- Formação de professores do Programa Aprender Valor (disponível desde maio 2024);
- Formação de gestores escolares do Programa Aprender Valor (disponível desde maio 2024);
- Elaboração de projetos escolares com educação financeira (disponível desde julho 2024).
E desde 2019 estão disponíveis os cursos:
- Gestão de finanças pessoais;
- Formação de Multiplicadores da Série Eu e Meu Dinheiro.
Somente em 2024, mais de 2,5 mil moradores do Amazonas se inscreveram para o curso online do Aprender Valor, desses, 1,3 mil eram mulheres.
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Curiosidade
A palavra ‘Jamaxi’ vem de origem indígena. É conhecido como o cesto, no qual, os seringueiros carregavam suas mercadorias.