O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira (31) que a postura do Brasil foi crucial para a realização das eleições presidenciais na Venezuela.
Ele destacou que o governo brasileiro só se posicionará sobre o resultado do pleito após a publicação das atas que detalham os resultados das urnas.
Padilha sublinhou a importância do papel mediador do Brasil ao longo do processo eleitoral venezuelano.
“O Brasil tem sido um mediador desde o começo, junto com outros países. E essa é a postura que um presidente da República deve ter para poder, inclusive, participar do processo”, afirmou Padilha em entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O ministro enfatizou que a prioridade do Brasil é promover a paz e a estabilidade econômica na região. “O que a gente quer, num país como a Venezuela e todos os nossos vizinhos, é que eles estejam em paz, sem conflitos.
Se forem bem na economia, se estiverem bem na situação de pacificação, quem mais ganha é o Brasil. Porque o Brasil mais vende do que compra para esses países vizinhos da América do Sul”.
Postura cautelosa
Padilha reforçou que o presidente Lula adotou uma postura cautelosa em relação aos resultados das eleições.
“O presidente Lula falou o seguinte: ‘Eu só vou me pronunciar sobre o resultado das eleições quando houver ata’. O Brasil tem tido essa postura desde o começo. Não se precipitou em fazer qualquer manifestação de um lado ou de outro, pelo contrário, tem uma postura firme, inclusive junto com outros países, como México e Colômbia”.
As eleições presidenciais na Venezuela ocorreram no domingo (28), e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro vencedor do pleito, com 51,21% dos votos.
Seu adversário, Edmundo González, recebeu 44% dos votos. No entanto, a oposição, liderada por María Corina Machado, contestou os resultados, alegando fraude nas urnas.
Atas das eleições
Em resposta às acusações de fraude e aos protestos em Caracas, o CNE prometeu publicar todas as atas com os resultados eleitorais por urna.
Isso permitirá verificar se as atas do conselho são as mesmas impressas na votação. Elas também são distribuídas aos fiscais da oposição e observadores internacionais.
Um dia após as eleições, o governo venezuelano decidiu expulsar diplomatas de vários países. Os países afetados são Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Esses países contestaram o resultado das urnas. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um alerta consular para brasileiros na Venezuela.
Recomenda-se que evitem aglomerações e se mantenham informados sobre a situação de segurança.