A Europa e a Ásia Central estão no centro de uma crise de saúde pública, sendo a região com o maior consumo de álcool per capita do mundo, conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de dois em cada três adultos nessas áreas consomem álcool regularmente, o que acarreta graves consequências para a saúde e o bem-estar social.
De acordo com a OMS, as repercussões do consumo excessivo de álcool são devastadoras. Todos os dias, aproximadamente 2,2 mil pessoas morrem por causas relacionadas ao álcool.
As doenças cardiovasculares, os diversos tipos de câncer e a cirrose hepática são algumas das principais enfermidades associadas ao consumo de álcool.
Além disso, os incidentes de violência doméstica, acidentes, ferimentos e problemas de saúde mental estão em alta.
Impacto e dependência
O conselheiro especial do Diretor Regional da OMS para a Europa sobre Doenças Não Transmissíveis e Inovação, Gauden Galea, destacou a gravidade da situação.
“Os danos do álcool podem ser arrasadores para a saúde e o bem-estar”, afirmou.
Galea enfatizou que os efeitos negativos vão muito além do indivíduo que consome álcool, afetando também as famílias e a comunidade.
Entre as consequências mais sérias estão a violência doméstica, os acidentes e a deterioração da saúde mental.
Em 2019, a média de consumo de álcool entre adultos na região europeia era alarmante: dois em cada três adultos bebiam.
Estima-se que um em cada dez adultos sofra de transtorno de uso de álcool, enquanto quase um em cada vinte vive com dependência da substância.
Apesar da gravidade desses números, apenas 12 dos 53 países da região conseguiram reduzir significativamente o consumo de álcool desde 2010, conforme as metas estabelecidas pela OMS.
Medidas e recomendações
A OMS recomenda várias políticas públicas para enfrentar essa crise.
Entre elas, aumentar os impostos sobre bebidas alcoólicas, restringir a comercialização e reduzir a disponibilidade do produto.
Essas medidas são vistas como fundamentais para diminuir o consumo e, consequentemente, os danos associados.
Na Rússia, Turquia e Ucrânia, por exemplo, a adoção de tais políticas resultou em uma redução substancial do consumo de álcool.
No entanto, nos países da União Europeia, os níveis de consumo permaneceram praticamente inalterados na última década, o que é preocupante.
Doenças
Carina Ferreira-Borges, conselheira regional da OMS sobre Álcool, Drogas Ilícitas e Saúde Prisional, ressaltou que os altos níveis de consumo de álcool estão causando “centenas de milhares de doenças e lesões cardiovasculares, cânceres e cirrose hepática”.
A especialista reforçou a necessidade de uma ação mais enérgica por parte dos governos europeus para implementar políticas eficazes.
Para proteger a saúde pública, é imperativo que os países adotem medidas rigorosas e eficazes, seguindo as recomendações da OMS.
Assim, será possível reduzir o impacto devastador do álcool na sociedade e melhorar o bem-estar das futuras gerações.
*Com informações da ONU e OMS